Os circos traziam iluminação
De carbureto. Próximos
Dos elementos. Quantos vendavais e
Chuvas de granizo!
Moinhos de garapa,
Feitos de madeira – canaviais,
E matas virgens com seus pássaros e
Frutas. Consumiram
Tudo e mais as lendas.Onde
Estarão os jacus e as pacas?
Os jenipapos e jatobás?
As estradas cortando as
Matas, criavam histórias
E medos. Os caminhos
Também fugiram. Olhando
Céu, às vezes transformados em
Nuvens.
Saí das águas do mar
E nasci no cafezal de
Terra roxa. ei a infância
No meu povoado arenoso.
Andei de bicicleta e em
Cavalo em pêlo. Tive medos
E sonhei. Viajei pelo espaço.
Fui à lua primeiro do que o sputnik.
Caminhei além, muito além, para
Lá do paraíso. Desci de pára-quedas,
Atravessei o arco-íris, cheguei
Nos olhos-d’água antes do sol nascer.
Nasci e montei na garupa
De muitos cavaleiros. Depois
Montei sozinho em cavalo de
Pé de milho. Fiz as mais
Estranhas viagens e corri
Na frente da chuva durante
Muitos sábados. Dava poeira
No trenzinho de Guaivira.
Paco espanhol era meu parceiro.
Vivíamos apavorados com os
Temporais – pareciam odiar
Aqueles lugares…
Vinham ferozes contra as
Sete ou oito cabanas
Desarmadas.
Num pé de café nasci,
O trenzinho ava
Por entre a plantação. Deu a hora
Exata. Nesse tempo os velhos
Imigrantes impressionavam os recém-
chegados.
O tema do falatório era o lobisomem.
A lua e o sol avam longe.
Mais tarde mudamos para a Rua de Cima.
O sol e a lua moravam atrás de nossa casa.
Quantas vêzes vi o sol parado.
Éramos os primeiros a receber sua luz e Calor.
Em muitas ocasiões ouvi a lua cantar.